segunda-feira, 7 de março de 2016

Novo estudo mostra que vírus destrói célula neuronal



Saúde: o zika é capaz de infectar um tipo de célula-tronco neuronal que dá origem ao córtex cerebral, a área responsável pelas capacidades intelectuais.



Em um intervalo de apenas dois dias, duas pesquisas independentes, uma no Rio e outra nosEstados Unidos, chegaram a conclusões muito parecidas sobre como o vírus da zika é capaz de agir no cérebro, infectando e matando células neuronais, o que reforça a suspeita de que está por trás do aumento no número de casos de microcefalia no Brasil.
Na última quarta-feira, 2, um grupo carioca liderado pelo neurocientista Stevens Rehen, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Instituto D’Or, publicou um trabalho, em sistema de preprint (antes de avaliação por pares), que mostra que o zika infecta as células que agem como progenitoras cerebrais, ou seja, que dão origem ao órgão, o que acaba tendo efeito no seu desenvolvimento.Na sexta-feira, 4, pesquisadores das universidades americanas Johns Hopkins e Estadual da Flórida publicaram um trabalho na revista Cell Stem Cell com achados muitos parecidos. Segundo eles, o zika é capaz de infectar um tipo de célula-tronco neuronal que dá origem ao córtex cerebral, a área responsável pelas capacidades intelectuais.


Trabalhando com células-tronco de pluripotência induzida cultivadas in vitro, assim como a equipe do Rio, e depois colocadas em contato com o vírus, eles viram que a infecção ocorria em três dias. Na sequência, as células acabavam sendo usadas para replicação viral. Elas ficavam mais propensas a morrer e menos propensas a se dividir normalmente e criar novas células cerebrais. 

Mais provas


Os pesquisadores ressaltam que os resultados ainda não provam a relação causal com a microcefalia, mas revelam onde o zika é capaz de causar danos. Segundo eles, esse trabalho é só o primeiro passo. Ainda não se sabe, por exemplo, o que está acontecendo no desenvolvimento do feto.
"Pelo nosso estudo, sabemos que o zika pode infectar e destruir ou ao menos atrasar o crescimento das células neuronais progenitoras do córtex em cultura de células", disse ao Estado Guo-li Ming, neurocientista da Johns Hopkins. "Para saber se isso tem como consequência direta a microcefalia precisamos de mais estudos, e essa evidência deve vir de estudos clínicos."


Ming disse que leu o trabalho de Rehen com grande interesse e ficou feliz de as conclusões convergirem. "Fica claro que a infecção por zika causa impacto no crescimento e na sobrevivência das células-tronco. Os dois estudos também validam que as células-tronco cultivadas em laboratório são um bom modelo experimental para avançar o conhecimento sobre a microcefalia."


Rehen também reforçou que a existência dos dois trabalhos consolida os dados. "Mas para entender a microcefalia precisamos de mais estudos. Alterações no ciclo celular também podem estar envolvidas. Não é só a morte celular que conta."
Fonte:http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/novo-estudo-mostra-que-virus-destroi-celula-neuronal-2.Giovana Girardi,

9 a cada 10 células do nosso corpo são de micróbios
Nosso organismo hospeda muitos micróbios (Fonte da imagem: Reprodução/Estadão)
Pelo que foi estudado até o momento, apenas poucos micróbios realmente nos deixam doentes, já que a maioria utiliza nosso corpo como “casa” e poderia ser classificada como “bons inquilinos”. Somente no nosso intestino, existem cerca de mil espécies de micróbios que trazem ao nosso corpo cem vezes mais genes que o nosso próprio DNA carrega.
Fonte: ScienceThe Guardian e Wired
Corpo humano abriga quase 10 mil espécies de micróbios. Projeto fez primeiro mapa de microrganismos que 'colonizam' o homem. Conhecer as diferenças entre o microbioma de pessoas saudáveis e doentes pode levar a novos medicamentos.

Os seres humanos são verdadeiros ecossistemas sobre duas pernas, pois cada pessoa carrega uma quantidade de  micróbios 10 vezes maior que o total de células humanas.  O corpo humano adulto e saudável abriga dez vezes mais micróbios que células humanas e esse contingente inclui arqueobacterias (bactérias primitivas), vírus, bactérias e micróbios eucarióticos (que têm o material genético envolto por membrana). O conjunto do genoma desses organismos é muito maior do que o humanoNa visão dos cientistas, identificar os números assombrosos de bactérias e outros micróbios que vivem dentro e em nossos corpos é como explorar um novo planeta.
Projeto Microbioma Humano (The Human Microbioma Projeto Consortium  ou HMP, em inglês)), financiado pelos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA (NHI, em inglês)  é uma colaboração entre os maiores centros de sequenciamento e dezenas de outras instituições de pesquisa de vários países. No projeto, participaram quase 80 instituições de pesquisa multidisciplinar que trabalharam durante cinco anos com um subsídio de 153 milhões de dólares (cerca de 206 milhões de reais).  O Projeto anunciou os resultados em vários artigos publicados nas revistas Nature e Public Library of Sciences(PLoS).
As pesquisas usaram técnicas de sequenciamento de DNA para identificar os microrganismos e mostrar sua diversidade e abundância nos seres humanos, além de suas funções no corpo. Os microrganismos analisados foram retirados de 242 homens e mulheres. A coleta foi feita em diferentes partes do corpo, como pele, boca, intestino e vagina.
Até então, só as bactérias do trato gastrointestinal haviam sido catalogadas pelo projeto MetaHIT, que envolve oito países. Os pesquisadores concluíram que quase 10 mil espécies de microrganismos perfazem as comunidades ecológicas no nosso corpo.Eles também mostraram que cada parte do corpo tem uma população diferente de micróbios, cada uma com sua função -no caso do intestino, os microrganismos ajudam a digerir os alimentos.
O projeto mostrou ainda que cada pessoa tem um microbioma único, com tipos e quantidades diferentes de bactérias para realizar o mesmo trabalho. Uma quantidade alta ou baixa da mesma bactéria não quer dizer que uma pessoa seja mais ou menos saudável. James Versalovic, pesquisador do projeto e chefe do departamento de patologia do Texas Children's Hospital, nos EUA, afirma que a maioria dos micróbios no corpo não causa doenças. "Esperamos que com esses dados as pessoas fiquem menos paranoicas e não usem antibióticos ou sabonetes bactericidas para tudo. Interferir no equilíbrio do microbioma pode causar mais danos que benefícios."
Versalovic diz que definir o microbioma de um adulto saudável e saber quais são e o que fazem os micróbios que habitam o ser humano era o primeiro objetivo do Projeto Microbioma Humano. Agora, com o material genético proveniente de comunidades completas de micróbios, os próximos passos serão comparar os micróbios de pessoas saudáveis com os de doentes para entender como os problemas se desenvolvem e criar novas drogas.
Um dos estudos do MetaHIT já mostrou que quem tem menor diversidade de bactérias na flora intestinaltende a ser obeso, a ter mais gordura no fígado e responder pior a dietas. "Essa é só a ponta do iceberg. O interessante será observar como os dois genomas -o humano e o dos microrganismos- interagem", dizVasco Azevedo, professor do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG.
Fonte:http://profjabiorritmo.blogspot.com.br/2012/06/mais-bacterias-que-celulas-humanas.html

Células sanguíneas podem ser reprogramadas para atuarem em outras partes do corpo (Fonte da   imagem:Reprodução/Wikimedia Commons)

Células “reprogramadas” poderão criar tecidos e órgãos.

Um dos grandes avanços na área da saúde está na “reprogramação” de células adultas. Com esta conquista, os cientistas conseguiram transformar células de pele ou sangue nas chamadas “células pluripotentes” — que possuem o potencial de se tornar qualquer tipo de célula existente no organismo.Tal descoberta é um grande passo para o tratamento de doenças raras, pois os cientistas já estão utilizando a técnica na produção de linhas de células voltadas a determinados pacientes. Além disso, outros genes são capazes de transformar as células da pele em neurônios ou até mesmo em células de sangue. Outro grande objetivo deste tipo de técnica está em poder auxiliar transplantes, criando e substituindo tecidos, células e órgãos.
                                                                         Explicando Melhor
As células pluripotentes, que são células adultas reprogramadas para rejuvenescer e recuperar as propriedades das células-tronco embrionárias (ES), são uma esperança da medicina por seus potenciais terapêuticos. A aplicação é tão importante que hoje, dois pesquisadores que descobriram de que células adultas podem ser reprogramadas e se tornarem pluripotentes receberam o Nobel de Medicina 2012. 
Nos centros de pesquisas do o britânico John B. Gurdon, de 79 anos, e o japonês Shinya Yamanaka, de 50 anos, as " células-tronco pluripotentes induzidas" ou "células IPS" têm sua origem em uma célula adulta diferenciada, que retorna ao estado de célula embrionária pluripotente, graças ao trabalho de engenharia genética. 
Na natureza, após a fecundação, o óvulo se divide e rapidamente aparecem as células que dão origem a todos os tecidos do corpo. São as células-tronco embrionárias pluripotentes que têm a capacidade para gerar todos os tipos de células.
Porém, com o desenvolvimento do embrião, as células se especializam e perdem a capacidade de se transformar em células com diferentes funções (células nervosas, cardíacas, etc).
A equipe do japonês Yamanaka demonstrou em células de camundongo em 2006 e, em seguida, em células humanas em 2007, que podemos reprogramar uma célula adulta para fazê-la recuperar as características de uma célula-tronco embrionária.
As pesquisas de Yamanaka constituíram "uma descoberta revolucionária real", entusiasmou-se Jean-Marc Lemaitre, do Instituto de Genômica Funcional (Inserm).
Com estas novas células IPS, "você pode obter praticamente qualquer tipo de célula do corpo", explica o pesquisador francês que tem usado esta técnica para rejuvenescer células centenárias, e mostra que o processo de envelhecimento é reversível.
As células IPS apresentam vantagens semelhantes às das células-tronco embrionárias, mas não envolvem o problema ético relacionado com a necessidade de manipular embriões.
As IPS podem ser uma fonte de células para fazer tudo, por exemplo, testar novas drogas ou estudar doenças.
Para a terapia celular experimental, elas não levam o risco a priori de rejeição por parte do corpo, porque vêm do próprio paciente.
Mas ainda há um longo caminho a percorrer antes de assegurar a sua total segurança.
"Não há nenhuma aplicação clínica prevista desta técnica avançada", ressaltou à AFP Marc Peschanski, diretor científico do I-Stem (Instituto de Pesquisa com células-tronco - Inserm).
No entanto, em 2013 um teste clínico de "inocuidade" em Kobe, no Japão, deve usar pela primeira vez esta técnica em um ensaio sobre a retina em pacientes que sofrem de degeneração macular relacionada à idade (DMRI).
Além disso, uma outra linha de pesquisa está começando: produzir em grande quantidade células (IPS  células madre pluripotentes Induzidas)   a partir de um pequeno grupo de doador  es que poderiam ser utilizadas para um grande número de receptores.

Fonte:http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/2012-10-08/celulas-pluripotentsao-consideradas-a-grande-esperanca-da-medicina.html


    1 – O DNA dos neandertais sobrevive em nossos genes

    O RNA era visto como uma “matéria escura” do DNA, pois a complexidade de seu papel como “mensageiro” em levar, na forma de genes, as instruções necessárias para a produção de proteínas ainda era um mistério para a ciência.
    No entanto, aparentemente, uma “luz” caiu sobre essa questão — já que os cientistas acreditam terem compreendido melhor o papel do RNA como uma peça com grande influência na forma que os genomas operam em nosso organismo.
    Além disso, eles também perceberam que o “DNA lixo” (pedaços que eram classificados como pouco úteis e que são encontrados entre os genes “transportados” pelo RNA) passou a fazer um papel importante na regulação dos genes — especialmente por alguns acreditarem que a verdade sobre o funcionamento desse processo encontra-se exatamente nessas peças.